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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Sublime transparência


Eu amava estampas de todos os tecidos...
Desses vulgares de calçadas povoadas,
panos de costureiras pobres, vestidos e almofadas...
cortinas simples de casebres nobres.
Cores inaproveitáveis de serventia exausta,
Nos lares pouco conhecidos de manhãs tão cinzas.
Sou o poeta das crianças tristes de pele escura,
Das mulheres cansadas de braços fortes.
Sou poeta dos andarilhos, do caminhoneiro...
Do papeleiro
Que inventa cidades tão leves, tão imprecisas,
Como um arco-íris sobre um campo
de cereais dourados...


(Júlio César Correia da Silva)


Quando eu fiz meu primeiro estágio, ia todas as manhãs no ônibus Auxiliadora, em direção ao atelier da Etiqueta Rui.
Era o primeiro ano do "poemas no ônibus", a primeira vez que lí este poema, chorei.
E passei a lê-lo todas as manhãs, como uma prece, um mantra, que me fazia crer que aquilo foi escrito para eu ler mesmo, falando da sublime trasnparência dos tecidos e das histórias de todos que por minha vida passaram enquanto lá estive...

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